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quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Ele.


"Não vai doer nada...
 É gostoso, né?
Só mais um pouquinho...
Agora é sua vez".

Engraçada essa tal inocência... Gostar, sem saber que é errado. Mas por que nao posso contar pra ninguém? Então é errado?
Mais engraçado ainda é não sentir raiva... Nem prazer. É bom, mas não é prazer. Não há de ser. Não pode ser. Uma menina tão pequena? O que seria? Sei lá. Você saberia me responder.
O escondido seria mais divertido que o próprio ato. Eu tinha um segredo. Eu talvez seria mais madura que todas as minhas amigas juntas... Que ingênua.

"É grande, né?"

Coitada... Alimentando o ego de um... coitado.
Era quase um boneco de brinquedo, que eu mal sabia manusear. Talvez por isso gostasse mais de ser ELE do que ELA.
Por favor, o que se passa na cabeça de um infeliz que toca o que mal acabou de nascer? Invade toda uma história... futura.

"Tira a mão, por favor. Minha mãe pode abrir a porta".

Por favor, eu to pedindo por favor... E ainda resta a tal educação. Ou medo. Medo de não ser mais... criança.
Meu corpo sente vergonha de ser. Medo do toque.
Culpa.
Muita culpa.
Esconde. Mal se olha no espelho.
Meu corpo se julga feio. Não acredita em si. Mal se sente mulher.
Meu corpo ficou lá atrás, distante de mim. Descolado da alma.
Eu nem lembro do seu rosto, e só agora sou capaz de sentir ódio. Cresci... E espero que você morra, impotente e incapaz.

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