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terça-feira, 6 de novembro de 2012

Textos (antigos) meus que podem dialogar com a depressão


sem título

deitada na cama ela dizia que esperava por alguém mesmo sabendo que isso nada mais era do que continuar deitada na cama até mesmo quando alguém chegasse porque esperar alguém deitada na cama ou em pé ou no sofá ou no banheiro é adiar o dia de mudar de atitude em todos os campos visíveis da vida esperar por alguém é basicamente a atitude que todos tomam ao sentir dor no peito ou na cabeça todos os tipos de dor podem remeter a alguém que ainda não existe ou que existiu e sumiu esperar por alguém nada mais é do que usar uma válvula de escape que não existe
pois bem ali deitada na cama ela pensava que esperava e chorava pois da cama não conseguia sair e o que mais doía: não conseguia pedir para sair. só sabia esperar porque esperar não pede verbo nem voz nem ação física e isso doía nela isso era covardia e por isso ali esperava.
por alguém. que a salvasse quem sabe da cama onde ela morre afinal esperar alguém na cama sem saber se levantar nem pedir licença é morrer
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Ensaio sobre a minha tristeza 

O mundo vive e pulsa lá fora.
Eu luto contra o pulsar e o viver daqui. A vida ta me chamando há tempos. Tenho alguns tantos livros pra ler, línguas pra aprender, músicas pra ouvir e habilidades pra desenvolver. E elas urgem. E eu aqui.
Existe uma covardia maior que a minha vontade: ela me atola. Ela me anula.
Não sei se deveria escrever sobre a minha loucura ou sobre a minha tristeza.
Guardo toda a consciência. E nela tenho diluída a minha loucura.
Minha garganta dói, porque grito.
Grito até não poder mais.
Por não saber mais falar.
E por ignorar tudo o que sei.
Eu grito, e mesmo gritando cada vez mais alto, a voz lá de dentro continua audível. E estridente.
Eu sei que estou agindo errado. Que estou indo pelo caminho errado. E que estou simplesmente adiando as coisas.
Eu sou tão fraca, meu Deus.
E essa fraqueza é forte. Pra você ver... Essa fraqueza move mundos e estraga momentos. Estraga felicidades.
Me pergunto todos os dias da minha vida onde está a minha certeza de que viver vale a pena. Procuro todos os dias no espelho o sorriso que tinha. A certeza de que algo em mim brilhava.
Eu a perdi.
Perdi  a sensação de que sabia me expressar e ponderar...
Perdi a sensação que tinha ao entrar no teatro.
Hoje toda a minha crença é um pouco descrente.
Já ouvi algumas vezes que alguém me ofuscou. Ninguém sabe quem, mas todos percebem que eu estou sem brilho.
Começo a sonhar e me corto.
Me estanco.
Não sei para que estou vivendo.
Não sei porque estou me lamentando.
Porque estou escrevendo, se podia estar lendo.  Estudando. Me aprimorando. Emagrecendo. Conhecendo.
Não sei.
Estou INSATISFEITA e não faço nada por isso.
Vou levando e empurrando pela barriga.
Na verdade nem sei.
Às vezes acho que estou satisfeita.
Nem isso eu sei.
Não sei de nada.
Tchau
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A euforia normalmente sinaliza alguma coisa. 
Vezes antecipa sorrisos, vezes é contida em choros. 
Não dura muito. 
E sinaliza algo. 

Ontem ela sinalizou o nó. 
Fez-se dentro da minha garganta, do meu estômago, e imobilizou meu braços. 
Meu dedos. 
Minha palavras.

Quando eu estou eufórica
Paro.
Reviro os olhos e me vejo.
Vejo ali o nó, me mostrando: não há alegria plena. Há sempre um pouco de tristeza na alegria que digo.

Não o queria nem sei quem o fez.
Eu? Você? Outros fora e dentro do mundo pequeno que habitamos?

Não sei.

Sei que tenho saudades e vontades e tudo o que faço é fingir que não as vejo.
Finjo que não vejo esse nó maldito.
Ser forte.
Je ne regrette rien, repetidas vezes...

Por isso talvez passo tanto tempo sem escrever. Já não sei mais o que dizer quando sinto tanta coisa.
Tanta coisa que não sei dizer. Amarrada, mal-compreendida, duvidosa...
Bastam apenas palavras?

Medo. Medo. Medo. Um pouco mais de medo. Saudade. Vontade. Desilusão. Culpa. Amor.

Isso tudo vai passar... Já se passaram tantas coisas... Eu sou um rio que se deixa sentir a água correr por entre ele...
Um rio que sente a correnteza, a calmaria, recebe vermes e flores, plantas...

Eu sou um rio que passa pela minha vida.

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Eu mais não sei quem sou
Apenas suposição sou eu caminho sempre caminho
Eu caminho todo eu cheio de pedras este.
Pedra sempre. Pra lapidar, pedra pra virar.
Pedra pra tirar.
Pedra pra passar.

Sempre a tristeza volta.
É o preto que tem imagens brancas ou o branco que tem o preto?
Acabo por acreditar
tristeza é preto.
naõ tem fim.
apenas imagens brancas, ilusões, alegrias
alegria tem fim
felicidade, sim.


Minha vida é truncada pelos outros
Eu não sei quem eu sou.
Já não sei dos meus principios. Isso que está em mim
Será que isso
Vem de você ou é meu?

Me cegaram.
Jogam flechas e eu nao sei quem atirou
Estou machucada e penso até se alguem atirou
Ou se foi o meu desespero que me feriu
Se estou louca então
Viajando
Viajando preferia eu estar.
Decidindo por mim.
Agindo de acordo.
Livre pássaro.
Quero ser-te, repito, sempre.

Ta tudo errado em mim.
Para de me embaraçar..
Me dá minha vida de volta.
Não vive por mim, não.
Não me impede.

Me deixa continuar o caminho.
(Cansei dos olhos sempre como feridas estancadas prontas para jorrar a qualquer momento jatos de infelicidades mal explicadas).
Cadê meu poder de expressão?
Cadê a compreensão que tinham em mim?

Fizeram com que eu me odeie.
Não sei se vivo mais meus sentimentos.
Vivo apenas uma vida material para que um dia possa eu ser dona do que sinto.
Mas tô só olhando meu coração
Agora ele tá sendo guiado por outras pessoas
Pelo mundo

Ou não.
Talvez eu tenha mesmo enlouquecido.

desabafo momentâneo escrever não me rotula escrever não me define escrever não é para estagnar desabafo nem escrita. simplesmente desabafo.
título: pois eu sei que tudo isso devo viver. tudo aquilo tive que ver. eu sei. sofrer é a melhor saida.
mundo
moinho
esse
que
pede amor.
já não sei mais se eu que vou ajudar a dar.
talvez eu ja faça parte dele e tambem precise.

talvez não. talvez amanhã seja um novo dia.
mesmo não me guardadando para o carnaval chegar.
mesmo não acreditando em carnaval
mesmo não sabendo o que é isso
mesmo não vivendo o mundo que vivo
sou oposto pois não só eu vivo em mim.
resolveram me guiar.
talvez eu ache certo porque sou uma adolescente
mas talvez eu ache errado porque preciso crescer e enquanto me tratarem como adolescente isso nao vai acontecer
talvez eu ache errado porque me tratam de uma forma em um lugar e de outra em outro.

o que querem que eu seja?

Talvez esteja errada em perguntar.
e em escrever.
mas talvez esteja certa porque se falasse isso seria eu ignorante
mimada
chorando
por
nada
seria eu grossa
estérica
impulsiva.

façam o que quiserem.
já podem perceber que contradição conseguiram.
observação: não sou o que escrevo.
repitindo: não sou o que escrevo.
não sou o que escrevo.
não sou o que escrevo.
não sou o que escrevo.

ESCREVER
É ALHEIO
AO MEU VIVER.

ESCREVER É DENTRO PROFUNDO
QUE SE CONTRADIZ
QUE PENSA RAPIDO
COISAS QUE NÃO TEM NEXO
DENTRO PROFUNDO É DENTRO PROFUNDO
E NÃO FORA EXPOSTO


TALVEZ eu levante da cadeira e vá para a minha aula agora. e volte feliz. e volte satisfeita.
é o branco no preto.
deixa o talvez comigo.

"Se amanha nao for nada disso, caberá só a mim esquecer. E eu vou sobreviver. O que eu ganho, o que eu perco, ninguem precisa saber."

QUE A LEITURA BASTE PRA QUEM LÊ.
PORQUE A ESCRITURA BASTA PRA QUEM SENTE.


fim.







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